Revista Brasileira de Medicina de Emergência 2022;2(2):2-9
Com a pandemia de COVID-19, foram adotadas medidas que impactaram diretamente nos serviços de saúde, especialmente em relação aos procedimentos cirúrgicos, com a suspensão de cirurgias eletivas e o estabelecimento de fluxos específicos para procedimentos de emergência. Embora tenha havido uma redução no número total de casos atendidos em emergências cirúrgicas, observa-se na prática uma maior gravidade entre parcela importante destes. O presente estudo teve como objetivo um levantamento da literatura científica acerca do ato operatório em pacientes com COVID-19 atendidos por emergências e urgências cirúrgicas. Trata-se de um estudo descritivo, seguindo o padrão narrativo de revisão de literatura. Diversos estudos disponíveis na literatura relataram um aumento da mortalidade em pacientes com diagnóstico laboratorial positivo para COVID-19, bem como de complicações graves, especialmente pulmonares. As evidências sugerem que, em pacientes positivos para COVID-19, procedimentos cirúrgicos não essenciais devem ser adiados até um período de pelo menos 8 semanas após a infecção. Uma proporção considerável de pacientes é assintomática no momento do procedimento e diagnosticada apenas no pós-operatório. Concluímos que a infecção pelo COVID-19 ocasiona impacto importante na morbidade e mortalidade de pacientes submetidos a cirurgias de emergência, embora estudos mais robustos sejam necessários para reconhecer os fatores associados.
Palavras-chave: COVID-19. Cirurgia. Complicações.